Odeio quando me perguntam o que eu faço...
Fico com aquela cara de coitada explicando que não trabalho no momento, estou procurando emprego e ainda não pintou nada. Sempre me dá vontade de inventar alguma outra resposta bem louca, do tipo "Eu? Sou domadora de pulgas amestradas. Pois é, o mercado é meio restrito, mas realmente deveras recompensador."
Uma coisa que eu posso dizer que eu tenho feito atualmente, com suficiente propriedade diga-se de passagem, é pensar em tolices diversas. Tenho experiência bastante sólida no ramo da non-sense, baseada em uma vivência de muitos anos na área de disparates e afins, aliada a uma grande falta do que fazer e aguçada capacidade de reparar nos outros...
Por exemplo, na volta das férias (férias do quê, pelamordedeus!!!), minha posição de carona me proporcionou a incomensurável possibilidade de gerar abundante material na categoria parvoíce. Veja se alguém poderia, me fazendo o favor, explicar aqueles engarrafamentos que surgem do nada na rodovia, e se estendem por intermináveis quilômetros, esgotando totalmente a paciência dos motoristas e passageiros que estão ansiosos e aflitos para chegar aos seus destinos?
Sim, porque por mais que apreciemos os campos verdejantes que muitas vezes compõe uma bucólica paisagem rural de beira de estrada, o que interessa, ao fim e ao cabo é chegar aonde se vai (na maioria dos casos, é claro, mas esse não é o ponto!!!).
Verdade que eu mesma sempre tive um impulso, nunca concretizado mas quase irresistível, de um dia saltar pela janela do veículo em movimento e mergulhar no espaço verde. Por sorte, creio eu, refreei o instinto e, agora pondero a respeito de como quase todo o trânsito, sólido e pesado, acaba por desemanchar-se, virtualmente no ar.
Porque comigo, com efeito, ocorre assim: Está tudo vindo bem, o tráfico anda, o vento bate no rosto, as coisas fluem. De súbito, uma luz de freio, a gente lê a placa do carro da frente com perigosa clareza e o motorista do caminhão mais adiante já está descendo da boléia. Há uma fila de carros até onde a vista alcança, acompanhando a linha do horizonte.
Sôfregos nos perguntamos por que estamos parados: acidente grave? obra inconveniente? coincidência infeliz? E os minutos ou horas passam inversamente proporcionais á nossa pressa, num anda e para agoniante e infinito. Até que São Cristóvão perdoa nossas almas e permite que os automóveis avancem num vagar menos exasperante, se ganha enfim alguma velocidade, o ritmo retoma e... Levamos pela estrada afora nossas dúvidas e questionamentos, pois não se descobre jamais o motivo para essa parada ingrata.
Tenha dó e Dramin! Coisa muito triste... Quase que perturba minhas reflexões.
Outra questão que me acomete, nesses constantes momentos de vácuo cerebral, é o aumento descomunal da quantidade de Salões de Beleza e Pet Shops. Haverão tantas dondocas e lulus para suprir essa oferta descontrolada e crescente?
Na qualidade de desempregada ainda não (totalmente) desesperada, dou-me o luxo de frenquentar os primeiros em horários (teoricamente) insólitos, quando (hipoteticamente) o restante dos mortais conhecidos como força de trabalho pega no batente. Pois eis que encontro as ditas Estéticas fervilhantes de clientes!!! Moçoilas, senhoras e senhores (sim!) lotam as agendas e cadeiras de manicure e cabeleireiros de cabo a rabo e, me deixam perplexa e pensativa, folheando uma Caras enquanto minhas unhas não secam... Da onde vem o numerário que remunera essas luzes e francesinhas? De qual escritório fugiu toda essa gente? Será que posso mandar meu currículo???
Tenho algumas teorias para o caso dos salões, advindas da minha experiência profissional de estudo do comportamento do consumidor e de alguns papos que escutei na cadeira ao lado da minha quando o secador de cabelos estava desligado, mas realmente não entendo as veterinárias e Pet Shops. Será que alguma estatística aponta uma queda no número de nascimentos, diretamente ligada ao incremento das adoções animais? Talvez as mulheres carreiristas e os casais gays estejam substituindo a prole por fofos mascotes. O que não é de todo uma má idéia, já que os totós e bichanos provavelmente não dão tanto trabalho como um bebê e também não vão voltar pra casa aos trinta, ocupando o espaço da biblioteca e comendo todo o estoque de congelados... Mas isto poderia explicar a alarmante progressão geométrica desses estabelecimentos?
No trajeto entre minha casa e a academia (são menos de três quadras) se contam seis estéticas e quatro veterinárias. Haja banho anti-pulgas e escova progressiva!
Vai ver que se eu comprasse um hamster eu não pensaria tanta bobagem...
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Acabei de retornar de mais um magistral show do mestre WW!
Só posso lamentar a sorte de quem nunca assistiu...
Sim, apesar da conspiração universal, existem motivos para ser feliz e cantar!!!
3 comentários:
com relação ao show, realmente gostaria de ter ido!
mesmo!
com relação ao texto, ainda penso a respeito...
bju e ja to sabendo das novidades...
qdo eu convido tu nao vem neh!
Eu tambem tenho pensando em diversas coisas fora da normalidade, afinal tempo tambem tenho...
Mas o lance de pet shop e' real mesmo, da onde tem tanto cao assim?
E' q nem a questao de suma importancia relacionada a galinaceos: de onde vem tanto coracao de galinha? Porque se pensar bem, pra cada coracao tem que ter 2 coxinha (obvio), e nao tem tanta coxinha assim pra vender no mercado...
Deixo assim minha contribuicao.
AHHHHH. SEMPRE PENSEI NISSO!!!!!
O preco de cada coracao deveria valer o dobro de uma coxa inteira!
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