Voltei faz horas mas ainda não fui capaz de atulizar o blog com um post sobre a navegada propriamente dita.
Mas é que só de pensar fico mareada.
Quando o meu estômago parar de balançar eu conto.
Arrematamos o dia com um animado happy hour num dos melhores restôs da cidade.
Além de um ambiente para lá de agradável, com música ao vivo de primeira qualidade (tinha até um contrabaixo!) o Margarida Café oferece pratos apetitosos com preços honestos. Os donos (gaúchos, Gabriel!!!) são responsáveis pelos requintados acepipes que saem da cozinha envidraçada e pela adega climatizada que apresenta mais de 2500 garrafas esperando que um sedento turista vá lhes tirar a rolha...
Um simpático cusco vagueando entre as mesas complementa o clima pitoresco do lugar, que fica num charmoso casarão de esquina, em frente à Praça do Chafariz.
2. Zen e a arte de sobrevivência em barcos à vela
A regra geral par marinheiros de primeira viagem é NÃO FAÇA NADA QUE NÃO TE MANDAREM.
No Horizonte, uma placa que diz "Nadie és perfecto, expeto el capitán" deixa bem claro que tudo o que você fizer - mesmo o prosaico ato de ir ao banheiro - tem um macete oculto que só será descoberto com a supervisão do comandante.
Por favor, não entre de sapatos no barco, e por gentileza, não os deixe por aí fora de lugar, não abra portas se não for fechá-las imediatamente, não penteie os cabelos no banho e pelamordedeus, não encha as formas de gelo no freezer!
Tenha paciência com os espaços exíguos, considere a água da mesma forma que o faria no Saara e se acostume com noites com iluminação "romântica".
Saiba que, quando houver vento todos estarão gritando frases sem nexo no convés e chamando o que você conhecia como "vela", "na frente", "atrás" e "puxar" por balão, proa, popa e caçar...
Quando não tiver vento eles vão gritar também e as coisas ainda vão ter outros nomes, só que aí eles estarão chateados de verdade.
Minha recomendação é sair do caminho e procurar o canto mais recluso da embarcação para ter certeza que não vai estar atrapalhando...muito.
Um bom livro é fundamental para quem não tem cursinho de vela, e a habilidade de se colocar - sempre sorrindo - tomando sol no lugar do convés onde não cruzam cabos ou repousam cordas.
Você certamente não é perfeito, mas a viagem pode ser, se você tiver um quê de espírito budista... ;-)
Eu já vi tanta coisa e ainda resta tudo pra ser visto. Queria te falar e falo, mas acho que é mais fácil de ser compreendida escrevendo. O tempo passa mais devagar que a velocidade do meu pensamento. Eu parei, mas a minha busca continua indo. Só ainda não sei onde....